Brasil Terá Onda de Calor de 40ºC e 45ºC nos Próximos Dias e MetSul Adverte Sobre Riscos à Saúde
18/09/2023
11:00 am
Uma massa de ar extremamente quente cobrirá o país nos próximos dias.
A MetSul Meteorologia emite um alerta para um episódio excepcional de calor que se estenderá por grande parte do Brasil nos próximos dias. Espera-se que as temperaturas superem os valores médios históricos de temperatura máxima, com potencial para quebrar recordes em setembro e, possivelmente, estabelecer novos recordes absolutos.
Uma massa de ar extremamente quente cobrirá o país nos próximos dias. Embora o calor seja comum nessas regiões em setembro, a segunda metade da semana promete temperaturas ainda mais elevadas, tornando a situação perigosa. Vários estados enfrentarão calor intenso, com temperaturas próximas ou acima de 40°C, incluindo Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.
As áreas mais afetadas serão o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas podem superar 40°C na maioria das cidades, com pontos mais quentes, como a região do Pantanal, atingindo até 45°C. Outros estados, como Goiás, Sudeste do Brasil e algumas partes do Nordeste, também registrarão temperaturas próximas ou acima dos 40°C. São Paulo pode enfrentar temperaturas tão altas quanto 37°C a 39°C.
Embora recordes históricos de temperatura possam ser quebrados, é importante observar que a estação seca, que ocorre de junho a setembro no Centro do Brasil, é conhecida por temperaturas extremamente altas. Cidades como Cuiabá, Goiânia e Franca costumam atingir as temperaturas mais altas durante este período, em vez do verão, devido à falta de chuva.
Portanto, as autoridades e a população devem estar atentas a esse episódio excepcional de calor, que pode trazer temperaturas extremamente elevadas em várias regiões do país. É importante tomar medidas de precaução para evitar riscos à saúde devido às altas temperaturas.
Evidências de estudos apontam que a mudança climática está contribuindo para o aumento da frequência de ondas de calor intensas, impulsionando-as para altitudes ainda maiores na atmosfera. Isso se assemelha a inflar um balão de ar já aquecido, acrescentando mais ar quente a ele. Essas descobertas têm implicações significativas, tanto para o Brasil quanto para o resto do mundo, com a intensificação das ondas de calor, sua duração e frequência.
Nunca antes na história, que abrange mais de um século de observação do clima global, tantos recordes de temperatura foram quebrados de forma tão dramática quanto durante a onda de calor histórica que ocorreu no final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte. Esse evento climático foi o segundo desastre climático mais mortal do ano, resultando em 1.037 mortes, sendo 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos Estados Unidos. O Canadá registrou temperaturas recordes, atingindo incríveis 49,6°C em 29 de junho, um dia antes de um incêndio florestal devastador consumir a cidade de Lytton, na Colúmbia Britânica. O recorde anterior do Canadá era de 45,0°C, estabelecido em 5 de julho de 1937. O historiador do clima, Christopher Burt, destacou que esse evento foi “o mais anômalo em termos de calor extremo em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura”.
Essa onda de calor no Canadá e em outras partes do mundo é atribuída às mudanças climáticas causadas pelo homem. Um estudo do programa World Weather Attribution concluiu que as altas temperaturas registradas em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. E, à medida que o planeta continua aquecendo, eventos climáticos extremos como esse podem se tornar mais frequentes e intensos.
A MetSul Meteorologia alerta que o Brasil também está enfrentando um nível extremamente perigoso de calor nos próximos dias. Embora o calor seja comum no país, poucas estatísticas relacionadas à mortalidade devido ao calor são mantidas. No entanto, o calor extremo é uma ameaça silenciosa à saúde, causando mais mortes do que furacões e tornados combinados nos Estados Unidos.
Pesquisas mostram que o calor extremo tem um impacto desproporcional sobre os idosos e está associado a um aumento nas mortes por doenças cardiovasculares e respiratórias. À medida que as mudanças climáticas aumentam a exposição humana a temperaturas extremas, os riscos à saúde se tornam ainda maiores.
Um estudo recente publicado na revista Nature destaca que eventos de calor extremo, que antes ocorriam uma vez a cada 100 anos, agora podem se tornar comuns a cada cinco a dez anos em um mundo com 2°C de aquecimento global. Essas descobertas destacam a necessidade urgente de ações de mitigação e adaptação para reduzir os impactos devastadores do calor extremo na saúde humana.
Para se proteger do calor extremo, especialistas recomendam beber muita água, usar roupas leves e protetor solar, evitar a exposição direta ao sol durante as horas mais quentes e não deixar crianças ou animais de estimação em carros estacionados sob o sol. A conscientização e a preparação são essenciais para enfrentar os desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas e pelas ondas de calor cada vez mais intensas.
Para se proteger do calor extremo, os especialistas recomendam evitar o esforço físico durante as horas mais quentes do dia. Se for inevitável realizar atividades cansativas em clima quente, é importante manter-se bem hidratado e fazer pausas frequentes em locais frescos. Agendar exercícios ou trabalho físico para as partes mais amenas do dia, como a manhã cedo ou à noite, pode ajudar a reduzir o risco de superaquecimento.
É crucial que as pessoas se acostumem gradualmente ao calor, limitando o tempo gasto trabalhando ou se exercitando sob altas temperaturas até que estejam condicionadas a isso. Indivíduos que não estão habituados ao clima quente são mais suscetíveis a doenças relacionadas ao calor, e pode levar algumas semanas para o corpo se ajustar ao tempo quente.
O choque de calor é um dos maiores perigos durante períodos de temperatura extremamente alta. Essa condição ocorre devido ao superaquecimento do corpo, geralmente como resultado da exposição prolongada ou de esforço físico intenso em condições de calor intenso. O choque de calor é uma forma grave de lesão pelo calor e pode ocorrer quando a temperatura do corpo atinge 40ºC ou mais, exigindo tratamento de emergência.
Os sintomas do choque de calor incluem temperatura corporal central acima de 40ºC, confusão mental, fala arrastada, delírio, convulsões, coma e alterações na sudorese. Na insolação provocada pelo calor, a pele fica quente e seca ao toque, enquanto na insolação causada por exercícios exagerados, a pele pode estar seca ou levemente úmida. Outros sintomas incluem náusea, vômito, vermelhidão na pele devido ao aumento da temperatura corporal, respiração rápida e superficial, pulso acelerado e dores de cabeça latejantes.
É essencial reconhecer os sinais precoces de superaquecimento e tomar medidas imediatas para se refrescar e reidratar. A prevenção e a conscientização desempenham um papel fundamental na proteção contra o calor extremo e suas potencialmente graves consequências para a saúde.