Profissionais da saúde se reuniram na manhã dessa quinta-feira (31) em frente ao Hospital Sanatório Nestor Goulart Reis, referência no atendimento à tuberculose, para protestar contra a decisão do Governo do Estado de entregar a gestão do hospital a uma organização social (OS). Em uma entrevista exclusiva com Gervásio Foganholi, diretor do Sindsaúde São Paulo, foi possível compreender os motivos por trás desse movimento e as preocupações dos trabalhadores.
“É uma falta de respeito para quem dedicou anos de trabalho aqui”, disse Foganholi.
Ele explicou que a entrega do hospital para uma OS resultaria na perda de profissionais altamente experientes que têm décadas de trabalho no hospital. Esses profissionais estão sendo disponibilizados pelo governo do estado, e muitos deles teriam que se deslocar para outras cidades distantes para continuar trabalhando, desmontando assim as vidas que construíram nas proximidades do hospital.
Além disso, Foganholi ressaltou que a mudança para uma OS implicaria em perdas significativas nos vencimentos dos profissionais, incluindo gratificações e adicionais. Ele alertou sobre a mudança de área de atuação dos profissionais, que não seria compatível com o perfil e a natureza dos serviços especializados em tuberculose que eram oferecidos no hospital.
O protesto, que reuniu vários servidores públicos, tem como principal objetivo se opor à entrega do hospital à organização social e exigir que, caso a entrega ocorra, os profissionais sejam reaproveitados dentro do próprio hospital.
“Oitenta por cento dos pacientes que são atendidos aqui vêm da cracolândia”, explicou Foganholi